domingo, 22 de maio de 2011

As lembranças cantam: "Se você quiser alguém pra ser só seu é só não se esquecer, eu estarei aqui!"

"Não há memória que se vá quando ainda se há lembranças, canções... saudades. Você pode até ter ido embora para outro lugar, outras ideias, mas o que vivi ao seu lado estará aqui comigo. Boas memórias, recordações. Grandes saudades. Lamentável mesmo é saber que você está longe e não longe ao meu lado."

Ultimamente tenho falado muito de ti, sei que é a ausência que não existia dois anos atrás e a presença de sons e letras que me trazem você a memória. É triste. É bom. São saudades.
Bem que, agora, queria eu ser aquele mochileiro das galáxias que apenas a toalha de banho não possuía.
Não direi que você se foi cedo de mais, aliás, você não partiu para sempre. Fico feliz por ainda saber onde te encontrar, mesmo nunca te encontrando nesses lugares.

Tenho lembrado das músicas que cantávamos na escola com o auxílio do seu mp3, aquelas que eu não conhecia mas você me apresentou nos bancos ao lado da papelaria - "...eu sei que você sabe quase sem querer, eu vejo o mesmo que você." Eu adorava o final desse trecho. Nós cantávamos ele em alto e bom som, olhando um para o rosto do outro e sempre, ao final do trecho, ríamos como crianças e voltávamos a cantar.
Tristemente, não tenho mais meu companheiro de Legião.

Lembro-me também que a canção que eu mais amava cabia perfeitamente, feito luva em mãos, a suas cordas vocais. A vez que cantamos que mais recordo -você cantava, eu era apenas uma ouvinte privilegiada- estávamos em frente ao Teatro Dr. Armando de Ré, sentados próximos a guia. Era madrugada, frio e um belo luar num céu de outono. Totalmente o inverso do refrão que você cantava -"...E hoje a noite não tem luar e eu estou sem ela. Já não sei onde procurar onde está o meu amor."-
Eu era feliz. Estava feliz, pois "...havia uma voz tão doce que me falava 'o mundo pertence a nós'."
Hoje, infelizmente, perdi meu amigo de madrugadas, teatro e momentos mais.

Você teve grande importância em minha vida durante aquela pequena parcela de tempo em que esteve conosco. Apresentou para mim outro tipo de teatro, um teatro dos vampiros. Eu me sentia assim, exatamente como Renato e nós cantávamos no inicio da canção, mas você mudou um pouco a situação. Porém, "quando me vi tendo de viver comigo apenas e com o mundo você me veio como um sonho bom e me assustei. Não sou perfeito...", joguei tudo para o alto e cessei minhas palavras. 
Perdi o que tinha de mais precioso em nós, a amizade.

Ainda lembro, por mais que me incomode e me jogue contra tudo o que acreditava, existia uma canção que me derrotava, me desarmava e desarma até hoje quando remoo o fato. Existia um metal contra as nuvens e esse era você. Neguei, você dizia que "...tudo passa, tudo passará e nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz. Teremos coisas bonitas pra contar e até lá, vamos viver! Temos muito ainda por fazer, não olhe pra trás, apenas começamos. O mundo começa agora, apenas começamos." e tudo ficava inerte, estagnado. Nossas ações, nossos amigos.
Notei então que perdi mais que um amigo. Perdi você.

Hoje, mesmo com as lembranças -ótimas, por sinal-, permaneço em constante admiração a sua pessoa e contribuo com a saudade que sinto de ti ao ouvir Renato e sua banda.

E onde você estiver hoje, em qualquer lugar que seja e em qualquer situação, não esqueça que "quando o sol bater na janela do teu quarto lembra e vê que o caminho é um só...".