E as Três Marias sorriam para mim, em frente minha janela, como fofoqueiras que são.
Eu as olhava e como meus olhos, elas também brilhavam, piscavam deixando-me pensar apenas coisas boas.
E eu sorria, como uma criança que acabara de ganhar um mimo, um presente.
E de fato, para mim era um presente.
Há muitos que eu não olhava para o céu com lua ausente e o contemplava.
Há tempos eu não olhava para as fracas estrelas que haviam no céu, quase que apagadas, esquecidas; as mais cintilantes.
Aliás, estrelas são estrelas, mesmo depois de mortas.
O breu do céu era, que lua não saiba, mais belo que o luar de dias atrás.
Mais impressionante e comovente que um “-eu te amo! -”.
É uma coisa que vemos, sentimos e quase chegamos a tocar com os dedos.
É a única coisa que mesmo não a tendo em mãos, nós a possuímos
Como o coração de quem nos jura amor.
A diferença é que o céu não se vai,
O céu não mente, não finge, não engana.
Se camufla, mas notamos quando vai chorar.
E tristes, choramos juntos misturando nossas salgadas e ácidas lágrimas.
No entanto, mais ou menos noites lá estarão elas novamente,
As Três Marias, precioso Cinturão sorrindo para mim, em frente minha janela,
Como fofoqueiras que são...
Monique!
13-09-2010